09 abril, 2012

Surpresas latinas.

O último GP da Malásia mostrou que a F1 tem um lado latino muito forte. Em meio à frieza europeia, os pilotos de sangue quente tem se destacado. O pódio da última etapa realizada mostrou uma grande surpresa na F1. O mexicano Sergio Pérez entrou no grupo de futuros campeões mundiais, que conta também com o alemã Nico Hulkenberg e o escocês Paul di Resta. É interessante ver que no atual grid da categoria, não existem muitos pilotos com esta denominação. A maioria dos pilotos ou já foi campeão ou não rende muita expectativa para o futuro. Pérez, por muito pouco não colocou em seu currículo a primeira vitória na carreira. Com um ritmo consistente desde o início e a escolha certa dos pneus, apenas errou o momento da última troca, quando deveria ter entrado junto com Fernando Alonso ou uma volta antes. O fato de ter demorado uma volta a mais para fazer a troca, foi determinante para voltar muitos segundos atrás do espanhol. Depois do erro, o mexicano teve que descontar uma diferença de cerca de 7 segundos de desvantagem, que foi descontada. Chegou a ficar a menos de 1 segundo de distância do primeiro colocado, tanto que por 2 voltas teve a oportunidade de abrir a asa móvel na reta principal do circuito. Porém, Sergio pagou pela inexperiência. Enquanto Alonso não cometeu um erro sequer em uma corrida muito difícil pelas condições climáticas e pela visibilidade, que já estava bem baixa, devido ao horário local, o mexicano freou em cima da zebra ainda molhada e quase joga fora o pódio certo. Dos males, o menor. Pérez conseguiu frear a tempo antes de entrar na caixa de brita e acabar com a sua corrida. Em seu segundo ano na F1, Pérez conseguiu um belíssimo resultado para a equipe Sauber. Foi o melhor resultado do time, como Saubar. Vale lembrar que em 2007, Robert Kubica venceu o GP do Canadá, com Nick Heidfeld em segundo, mas naquela época, a equipe se chamava BMW Sauber. E possuía o nome suíço apenas para não perder a vaga no campeonato mundial. Após a saída de BMW o time voltou às mãos de Peter Sauber, devidamente nomeado. Voltando a Sergio Pérez, o “Checo”, como é chamado no meio do automobilismo, já tem contrato com a Ferrari. Ele participou do programa de jovens talentos do time e é o que tem, até agora, maior destaque. O desempenho na etapa malaia, fez aumentar os rumores de que o subistituto de Felipe Massa dentro da escuderia italiana já está escolhido e é apenas questão de tempo (e de contrato) para o mexicano sentar no carro vermelho. Coisa que já aconteceu no ano passado, quando foi convidado pela Ferrari a fazer um teste com um carro de 2009. Além de Pérez e Alonso, outro que se destacou na etapa da Malásia foi o brasileiro Bruno Senna. Após um toque com seu companheiro de equipe ainda na primeira volta da corrida, foi obrigado a entrar cedo para os boxes, caindo para a última colocação. Em uma surpreendente prova de recuperação e a bordo do decente carro que a equipe Williams produziu este ano, fechou a corrida com a sexta colocação, que lhe rendeu 8 pontos para o campeonato. Até então ele é o único piloto da equipe a ter pontuado. Pastor Maldonado, outro latino também se destacou na primeira etapa, quando estava na sexta posição, pressionando Alonso pelo quinto lugar quando errou e bateu na última volta da prova. Portanto podemos falar que praticamente todos os pilotos de “sangue quente” estão se destacando na temporada 2012 da F1. O único que ainda precisa mostrar alguma coisa continua sendo Felipe Massa.

Fritando

 Na gíria do automobilismo, o verbo “fritar” significa, literalmente queimar a imagem do piloto. O que quero dizer com isso? Acredito que o que a Ferrari está fazendo com Felipe Massa é justamente isso. Quando a equipe não quer mais um piloto, ela começa a fazê-lo andar mais lento que seu companheiro a um ponto que a situação fica insustentável tanto para a imagem da equipe quanto do piloto. Segundo pessoas que acompanham toda a temporada da F1, o fato de a Ferrari ter produzido um carro ruim para este ano, somado à proibição de testes durante o campeonato, faz com que a Ferrari faça de Massa um verdadeiro test-driver. O que acontece? Acontece que a equipe tem usado no carro do brasileiro, peças de teste. São peças produzidas e testadas apenas no túnel de vento, que quando colocadas no carro de verdade não produzem a melhora esperada. Resumindo, o carro de Alonso tem as peças que sabe-se que funcionam, enquanto o carro de Massa tem as peças que estão sendo testadas. Em alguns casos a falta de força aerodinâmica é tanta que visivelmente Felipe tem dificuldade de guiar o carro, enquanto Alonso trabalha com um equipamento mais neutro. O problema todo é que a Ferrari não coloca isso às claras. O que o público vê apenas é que o brasileiro tem sido cerca de 1 segundo mais lento que o companheiro de equipe, portanto a imagem do piloto está se desgastando cada vez mais e daqui a pouco a situação ficará insustentável dentro da equipe devido à pressão externa que a imprensa mundial, principalmente a italiana, está fazendo desde o ano passado. Não me surpreenderia se em 2013, Felipe vá para uma equipe menor e mostre um desempenho muito superior ao que vem desempenhando dentro fa Ferrari desde que Alonso se juntou à equipe. Mudar de ares pode fazer bem para o brasileiro, que recebeu um conselho de Rubens Barrichello: “Não é um problema de velocidade, é algo que ele tem que resolver consigo mesmo. Tem que lembrar que faz isso porque gosta. É um momento, e todo momento na Fórmula 1 é um ciclo de vida, todas as corridas são assim”. Pilotos são pilotos porque amam o que fazem. Amam a velocidade, amam cada curva, cada zebra, cada cheiro de borracha queimada. Pilotos são felizes quando estão sozinhos. Dentro de seus carros.

 Um grande abraço
 Até a próxima.

07 novembro, 2011

A volta da rivalidade




Em 2008 disputaram o título até a última curva da última volta. Em 2011 não passam de meros coadjuvantes em um campeonato onde são destruídos por seus companheiros. Lewis Hamilton e Felipe Massa vivem no atual campeonato a pior fase de suas carreiras.


Quando no GP de Mônaco, em maio, os dois se encontraram pela primeira vez e Hamilton chamou Massa de “estúpido”, mal sabiam que ali começava o grande duelo da temporada 2011 da F1. Um duelo de coadjuvantes em uma temporada amplamente dominada por Sebastian Vettel, que não deu a menor chance de qualquer piloto se aproximar de seu Red Bull.

O término do namoro com a cantora Nicole Scherzinger aumentou o turbilhão de pressão que o piloto inglês enfrenta por conta de seu desempenho na temporada. O próprio admitiu que não vive o melhor momento pessoal e isso claramente tem afetado o seu desempenho dentro da pista.

Felipe, como falei aqui mesmo na coluna há algumas semanas, desde que voltou do acidente na Hungria em 2009, não foi mais o mesmo. É fraco em classificação e mais fraco ainda durante as corridas. Nem de longe lembra o piloto que cruzou a linha de chegada do GP Brasil 2008 como o campeão mundial e logo depois perdeu o título para o mesmo inglês que hoje é seu grande desafeto nas pistas.

A rivalidade entre os dois lembra muito grandes duelos do passado como Piquet x Mansell, Schumacher x Villeneuve, Fittipaldi x Stewart e claro, a mais famosa, Senna x Prost. Mas só lembra mesmo. Porque antes as rivalidades aconteciam entre pilotos que disputam vitórias e títulos. Hoje em dia a F1 tenta ser politicamente correta e acaba, com certas punições ridículas, cortando o mal pela raiz, como diria o velho ditado.

O último capítulo, até agora, dos dois aconteceu no último final de semana, no inédito GP da Índia e provocou muitas opiniões controversas e abriu uma discussão sobre quem estava certo e quem estava errado.
No caso, Hamilton vinha atrás de Massa. O inglês puxou para o lado para realizar a manobra de ultrapassagem mas não concluiu. Felipe que vinha dentro do traçado, fechou para fazer a curva e os dois acabaram se tocando. O brasileiro foi considerado culpado por, segundo os comissários, saber onde Hamilton estava e mesmo assim não dar espaço. Porém, ali era uma curva de alta velocidade, feita em 4ª marcha e Felipe já estava na tangência da curva. A punição foi severa demais, assim como também seria se fosse aplicada ao inglês. Existe os dois pontos de vista e várias interpretações. Para mim os dois foram culpados e inocentes ao mesmo tempo, portanto, na minha visão não caberia nenhuma punição à ambos.

Sinceramente, o que eu espero é que essa rivalidade não termine logo. Que se estenda durante muito tempo ainda. Mas que os dois possam dar uma virada nas carreiras e voltem a disputar as primeiras posições, como em 2008. Que fizeram uma batalha dura mas limpa. O duelo dos dias atuais é muito mais sujo, porém sem importância.



Vettel

Simplesmente o alemão não para. Mesmo depois de garantir o segundo título mundial, Seb comemora cada vitória como se fosse a primeira. Atitude mais do que louvável pois mantém o respeito tanto com seus adversários quanto com o público.

Definitivamente ele não vai parar por aí. No último final de semana conseguiu o primeiro Grand Chelem da carreira, que significa pole, melhor volta e a liderança de todas as voltas da corrida. Além disso, ultrapassou a marca das 700 voltas lideradas em uma mesma temporada, recorde que antes era de Nigel Mansell na temporada de 1992, quando liderou 692 voltas.

Até o final da temporada tem chances de ser o piloto com mais poles e mais vitórias em uma mesma temporada. E que ninguém duvide do bicampeão.


Kart


Semana passada foi realizada a terceira etapa do Campeonato de kart do Pará. Com o número de competidores aumentando, as disputas se tornam cada vez mais intensas, do início ao fim das provas.

A pole-position ficou com o piloto Veloz Maurício Vulcão, que pela primeira vez na carreira largou da posição de honra do grid. No decorrer da corrida, Vulcão, que vinha dominando a prova com ampla vantagem sobre seus competidores, se envolveu em um toque com outro piloto. O acidente provocou o abandono do líder da prova declarou que estava muito chateado por ter uma grande chance de vitória e de se aproximar dos líderes do campeonato. Infelizmente são coisas que acontecem. Corridas são imprevisíveis e não se ganha nada até a bandeirada. Pelo menos agora ele já sabe que estrear capacete novo em dia de corrida não traz muita sorte.

Após o acidente de Maurício e com muitas disputas, a vitória acabou novamente com o piloto Mauro Folha que soube se livrar de seus adversários e estar no lugar certo e na hora certa. Todo piloto também precisa de um pouco de sorte. Na sequência vieram Leonardo Kerber e Pablo Coimbra.

No campeonato, Folha lidera com 28 pontos, seguido de Pablo Coimbra, Raul Melido e Mauricio Vulcão com 22, 19 e 15 pontos, respectivamente.

A próxima etapa do campeonato acontece no dia 20 de novembro e espero que muitos leitores da coluna aparecam por lá para prestigiar o renascimento do automobilismo no estado do Pará.

Um grande Abraço
Até a próxima.

Coluna publicada no caderno Auto & Cia do jornal O Liberal do dia 06/11/2011

11 outubro, 2011

O drama de Massa




Depois do forte acidente em 2009, quando uma mola atingiu sua cabeça, o piloto brasileiro nunca mais foi o mesmo.

Felipe Massa pode até dizer que não, mas o acidente sofrido na Hungria em julho de 2009 afetou drásticamente sua carreira. O piloto, que era o então vicecampeão mundial de F1, mesmo tendo se recuperado até o final daquele ano, foi colocado de molho pela Ferrari até o início da temporada 2010 da categoria.

O pior de tudo, quando completava exatamente 1 ano do acidente, a Ferrari exigiu que diminuísse a velocidade para deixar seu companheiro de equipe vencer a corrida naquela que foi a chance mais próxima de vitória desde o GP Brasil de 2008.



Massa nunca mais foi o mesmo piloto veloz em classificações e agressivo nas corridas, que enchia os olhos quando se atirava em uma disputa. Tem lá seus momentos no início das corridas, mas é só. Parece que no decorrer das provas vai se desmotivando e acaba sempre chegando em colocações não condizentes com o carro que possui. Ainda mais se comparado a Fernando Alonso, seu companheiro, que tem mais do dobro de pontos do brasileiro. Enquanto Alonso tem uma vitória e 7 pódios, o melhor que Felipe conseguiu este ano foi repetir o sexto lugar por 4 vezes.

A briga com Hamilton ao final do GP de Cingapura mostrou em parte o descontrole emocional que Felipe tem passado desde que Alonso passou a dominar a equipe que ele faz parte desde 2006. Se ele transformar essa agressividade em resultados, quem sabe ele volte a ser um sopro daquele Massa de 2008.



Felipe pode nunca admitir, mas aquela mola que acertou sua viseira deixou marcas para o resto da vida. Não apenas físicas, mas psicológicas também. Pelo segundo ano consecutivo vinha sendo melhor que Kimi Raikkonen, finlandês campeão do mundo em 2007 e desmotivado nas temporadas seguintes. A Ferrari percebeu que Kimi não era o mesmo piloto de antes e que Massa poderia também não ser. Como não é. E se apressou em trazer Alonso para dentro do time. Decisão acertada, pois o espanhol disputou o título de 2010 até a última etapa e acabou perdendo por um erro de estratégia.

Nelson Piquet, que sofreu um forte acidente na curva Tamburello em 1987, mesma curva que Ayrton Senna morreu, tem uma explicação que faz sentido com relação à Massa. Ele diz, por experiência própria, que depois de uma pancada forte na cabeça, o piloto perde um pouco a noção de profundidade e aproximação das curvas e, por menor que seja essa perda, para um piloto de F1 faz toda a diferença. Pode não ser o que acontece com Felipe, mas faz todo o sentido.



Outra explicação plausível para o pífio desempenho do brasileiro é a falta de um carro verdadeiramente competitivo, que o permita fazer poles e vencer corridas. Felipe sempre que teve um carro com essas características (2006 e 2008), correspondeu com poles e vitórias. A Ferrari promete um carro competitivo para 2012, que é o último ano de contrato com Massa. Acredito que este seja seu último “match-point” na carreira de piloto de F1. Sua tarefa é ainda mais difícil pois o novo carro da equipe está sendo construído para o estilo de pilotagem de Fernando Alonso.
Se Massa não virar logo o jogo, terá que se contentar com outras equipes do meio para o final do grid. Há quem diga que a Ferrari prefere meio Kubica à um Felipe inteiro.

Hamilton



Realmente o piloto inglês não atravessa um bom momento na carreira. Muitos erros e acidentes que tem prejudicado muito seu desempenho durante o ano.
O último incidente com Felipe Massa deixou claro seu descontrole na, até então inédita, situação de ter que lidar com um companheiro melhor que ele no campeonato.
Button vem dando um banho em Hamilton em corridas e provavelmente é isso que pressiona Lewis a correr tão no limite que acaba prejudicando não só a si como outros pilotos.
Lewis precisa rever certas condutas dentro e fora das pistas. Depois que se separou profissionalmente de seu pai, passou a fazer muitas besteiras. Ao que parece ele perdeu um pouco a referência de como deve lidar com certas coisas.
Para um piloto é muito importante a presença do pai ao lado.

Kart



O Campeonato Paraense de kart está cada vez mais emocionante. Na etapa realizada no último dia 25 de setembro, Pablo Coimbra foi o grande vencedor, com direito a pole position. Pablo que chegou em 4º lugar na primeira etapa depois de um abandono enquanto liderava, dessa vez conseguiu fazer sua prova sem problemas e liderou de ponta a ponta até receber a bandeirada final.

O líder da competição, Mauro Folha fez uma corrida de paciência e estratégia e pensando no resultado para o campeonato. Mas mesmo assim, Folha ficou com o segundo lugar engasgado na garganta e promete ir para cima na próxima etapa, para manter a dianteira até o final da temporada.

O terceiro lugar ficou com Mauricio Vulcão. O piloto que tem melhorado seu desempenho a cada treino largou da quarta posição e após uma disputa com o surpreendente estreante Christian Bomm, levou a melhor e garantiu o troféu.

Mauricio tem feito ótimos treinamentos com a Veloz Management e Oz Coaching e tem tudo para conquistar sua primeira vitória até o final do campeonato.

Raul Melido, que tem feito boas apresentações teve dificuldades com seu equipamento e mesmo assim conseguiu chegar em 4º lugar.
A classificação atualizada da temporada está assim:

1 – Mauro Folha – 18 pts
2 – Pablo Coimbra – 16 pts
3 – Raul Melido – 14 pts
4 – Mauricio Vulcão – 12 pts
5 – Augusto Santin – 6 pts

A briga está aberta e o kartódromo de Castanhal sediará a terceira etapa do campeonato no dia 30 de outubro. O campeonato está pegando fogo.

Kart na Europa



O ex-piloto paraense Felipe Braga conquistou com seu piloto, o carioca Thiago Vivacqua, 14, o primeiro título em solo europeu.

A conquista veio no torneio Ciao Thomas Knopper, disputado em homenagem ao piloto alemão, morto em um acidente em 2009 e foi realizado no kartódromo na cidade de Kerpen, de propriedade da família Schumacher, que foi representada pelo heptacampeão mundial de F1 em uma das categorias.

A vitória de Thiago veio após uma disputa muito forte com o norueguês Dennis Olsen, vencedor do torneio em 2010. Dennis, após ser ultrapassado por Vivacqua acabou cometendo um erro em uma tentativa de ultrapassagem sobre o brasileiro e deixou o caminho livre para o carioca, piloto da Veloz Management conquistar seu primeiro título no velho continente.



O título veio apenas duas semanas depois de Thiago conquistar o 12º lugar no campeonato mundial de kart, o que comprova o excelente trabalho que Felipe Braga tem feito trabalhando como coaching do piloto carioca.

Mais uma prova que o Pará tem muitos talentos no automobilismo.

Um grande abraço
Até a próxima.

Coluna publicada no caderno Auto & Cia do jornal O Liberal do dia 09/10/2011

26 setembro, 2011

O vicecampeonato é título, esse ano.



O domínio de Sebastian Vettel este ano é tão impressionante quanto o de Michael Schumacher nos anos de 2002 e 2004, quando conquistou os títulos com várias corridas de antecedência. A grande diferença é que agora em 2011 não existe uma superioridade tão grande da equipe e sim do piloto.
Nos anos que Schumacher foi campeão pela Ferrari, entre 2000 e 2004, por duas vezes o carro da equipe italiana era tão superior que Rubens Barrichello, seu então companheiro conquistou o vicecampeonato com antecipação. Uma marca impressionante, se formos comparar aos dias atuais, ainda mais se lembrarmos do final do ano passado, quando na última etapa 5 pilotos tinham condições matemáticas de chegar ao título.
Agora em 2011 a grande diferença é o fato de não ver o segundo carro da equipe, no caso, Mark Webber, sequer acompanhar o ritmo do alemão. A única coisa que Webber conseguiu foram 3 pole positions, justamente as 3 que Vettel não fez este ano, porém não transfomou em vitórias. Pelo contrário, não consegue sequer manter o segundo lugar no campeonato.
Digamos que o conjunto RBR-Vettel, está hoje em um degrau superior a todos os outros pilotos com seus respectivos carros. É provável que a Red Bull tenha construído o carro da atual temporada em volta das características de pilotagem do alemão, diferentemente do ano passado, que Webber conseguiu acompanhar e até bater seu companheiro por diversas vezes. Mas mesmo assim, Vettel ficou com o título da temporada na última etapa do campeonato.

O melhor da temporada

Mesmo com todo domínio do piloto da RBR, muitas pessoas acreditam que o melhor piloto da temporada 2011 tem sido Jenson Button. Com sua pilotagem clássica, sem agredir muito os pneus e altamente cerebral, o inglês campeão do mundo em 2009 vem fazendo um campeonato impecável, sendo agressivo nas horas certas e preciso sempre. Suas duas vitórias na temporada vieram em corridas com altas doses de estratégia e equilíbrio entre velocidade, consistência e economia dos pneus.
No Canadá sua vitória veio na última volta após 6 pit stops, 2 batidas, mais de 2 horas de interrupção por causa da chuva e muitas ultrapassagens. Teve competência de pressionar Vettel e fazê-lo errar nas últimas curvas do GP. Mesmo sem o erro do líder do campeonato, provavelmente Button venceria pois tinha muito mais ação e velocidade para ultrapassar nos metros finais.
Com tudo isso, acredito que Button, atualmente em terceiro no campeonato, será o vicecampeão. O que será uma verdadeira vitória, visto que o título já tem dono.

Fernando Alonso

O espanhol da Ferrari vem mostrando porque é considerado o melhor piloto do grid atual da F1. É impressionante o que Alonso vem fazendo mesmo com um carro nitidamente inferior à Red Bull e McLaren. Em uma situação normal, o máximo que poderia fazer é estar na 5ª posição do campeonato, mas atualmente é o vice líder. A vitória na Inglaterra mostrou que ele está na F1 para vencer e que vai aproveitar todas as oportunidades que seus adversários derem. Não a toa é bicampeão do mundo.

Michael Schumacher

No GP da Itália, vimos de volta a combatividade de Schumacher. Não sei se será assim daqui para a frente, mas parece que ele voltou a se divertir na F1. Andar na frente motivou o alemão a se defender dos ataques de Lewis Hamilton como há muito tempo não se via. Mesmo com um carro muito mais rápido, o inglês da McLaren não conseguia a ultrapassagem sobre Michael.
Isso se deve também ao motor Mercedes que equipa ambos os carros e à pouca carga aerodinâmica que a equipe Mercedes optou por usar no seu acerto para a corrida. Mesmo com KERS e Asa aberta, Lewis não conseguia ser veloz o suficiente para emparelhar e conseguir a ultrapassagem. Apenas depois de ser chamado atenção, Michael teve que facilitar a vida do piloto da McLaren. Situação que não foi necessária na ultrapassagem de Jenson Button.
Após a corrida, os comissários informaram que Schumacher deveria ser punido por sua defesa de posição de maneira agressiva e que não o puniram pois estavam ocupados vendo vídeos de outras situações da corrida.
Uma grande besteira.

Kart


Neste domingo será realizada a segunda etapa do Kart Club do Pará. O número de pilotos só faz crescer e hoje teremos 9 kartistas disputando a vitória no kartódromo Bené Maranhense, em Castanhal.
O líder do campeonato, Mauro Folha, tenta repetir a conquista da primeira etapa, mas Raul Melido e Pablo Coimbra estão mais motivados do que nunca para conseguirem suas primeiras vitórias no certame. Isso sem falar de Leonardo Kerber, que fará sua estreia em pistas paraenses, já que disputa o campeonato maranhense de kart em São Luis, Mauricio Vulcão, que tem treinado muito bem e está surpreendendo a todos nos treinamentos, Augusto Santin que é piloto das antigas e está investindo para voltar a vencer no esporte.
Teremos também a participação de Wilber Valente, que finalmente fará sua estreia na competição, após não participar da primeira etapa por problemas técnicos no seu equipamento, Wilber vai alinhar no grid com grandes chances de um bom resultado.
Outra presença confirmada é de Cristian Bomm, que adquiriu seu kart e irá fazer sua estreia no esporte.
A prova terá mais uma vez apoio da Prefeitura de Castanhal e da FEPAUTO, que irá dirigir e homologar a disputa.
Esperamos ver um bom público para prestigiar o evento que só tem a crescer com a chegada de cada vez mais pilotos.

Um Grande abraço
Até a próxima.

12 setembro, 2011

Acaba quando?




Sebastian Vettel caminha a passos largos para ser o mais jovem bicampeão da história da F1. E se continuar nesse ritmo pode ser também o mais novo tri, tetra...



Ao contrário da temporada 2010 que teve uma disputa pelo campeonato emocionante mas com corridas chatas, a temporada 2011 vem sendo um desfile de um piloto só mas com corridas eletrizantes, algumas vezes decididas apenas na última volta.
Vettel vem fazendo um campeonato praticamente perfeito. Sabe ser rápido nas horas certas e cuidar do equipamento quando precisa. Não a toa já venceu 7 de 12 corridas disputadas e fez 9 das 12 poles em 2011 (Contas feitas antes do GP da Itália). Claro que o equipamento faz muita diferença, a Red Bull tem hoje o carro mais rápido da categoria e é dona de todas as poles do ano. Quando Vettel não largou em primeiro, quem o fez foi seu companheiro de equipe, Mark Webber. Porém o australiano não conseguiu transformar as poles em vitória. Assim com Felipe Massa, são os únicos pilotos das 3 grandes que ainda não venceram este ano.



O domínio de Vettel é tão grande que já não precisa mais nem ir ao pódio para conquistar o seu bicampeonato. Precisa apenas ser 4º lugar nas 7 corridas restantes e ao final do GP do Brasil estará comemorando o segundo título da carreira, mesmo que Mark Webber, concorrente mais próximo, vença todas as etapas que faltam.
Mas nada leva a crer que algo acontecerá desta maneira. Certamente Vettel vencerá mais corridas até o fim do ano, sendo assim, seu trabalho ficará ainda mais fácil. Acredito que o título virá no GP do Japão, faltando 4 corridas para o fim da temporada. Se até lá, Seb, que hoje tem uma vantagem de 92 pontos, aumentar sua diferença em apenas 8 pontos, não poderá mais ser alcançado, já que terão apenas 100 pontos em jogo e ninguém mais poderá igualar seu número de vitórias no ano. E faltam apenas 3 corridas para isso.



Infelizmente o GP Brasil deste ano não verá uma disputa pelo título, apesar de ser a final do campeonato. Mas se Vettel for campeão no Japão será uma forma de os Deuses do automobilismo homenagearem este garoto que tem um enorme carisma e caminha a passos largos para ser um dos maiores da história.

Senna



Bruno Senna, em sua primeira participação como piloto oficial da Renault Lotus fez um grande trabalho que vem sendo elogiado até hoje pelos chefes da equipe. Largar de 7º lugar em Spa Francorchamps, com condições climáticas adversas chamou a atenção de todo o mundo da F1.
Infelizmente a largada da corrida mostrou que ele tem muito o que aprender. Saber como o carro se comporta com o tanque cheio, principalmente. Acabou com a corrida de Jaime Alguersuari logo na primeira curva e deu muita sorte de não ter acabado também com a sua, apesar de as chances de pontuar foram embora nos primeiros metros da corrida.



Agora que foi confirmado como piloto titular até o fim da temporada, Bruno tem que mostrar serviço nas corridas restantes e assim tentar uma vaga para a próxima temporada. Se Kubica voltar, o brasileiro dificilmente continuará na Renault, pois uma vaga é do polonês e a outra é de Vitaly Petrov que traz uma grande quantia de dinheiro para a equipe. A vida de Senna não é fácil, pois além da possibilidade da volta de Kubica, a Renault também já acenou com a possibilidade de trazer de volta o francês Romain Grosjean, que assumiu a vaga de Nelsinho Piquet após os escândalos de 2009. Na opinião da cúpula da equipe, Grosjean foi queimado pela falta de contato com um F1 e por ter como companheiro na época, ninguém menos que Fernando Alonso. Agora como campeão da GP2, está credenciado a uma vaga de titular na categoria.
Vamos torcer por Bruno, que agora está apoiado por empresas brasileiras, inclusive a petrolífera OGX, do empresário Eike Batista. É um exemplo a ser seguido por outras empresas nacionais.

Felipe Nasr


No fim de semana passado, o brasiliense Felipe Nasr se consagrou campeão da F3 Inglesa.
Na última coluna eu havia falado a respeito dele, que é a grande revelação brasileira na europa nos últimos anos.
Gostaria de retificar, pois falei que Felipe tem apoio da Red Bull por trás da carreira, o que não é verdade. Nasr teve o apoio quando corria na F-BMW, em 2009, e recusou assinar um contrato de carreira semelhante ao que levou Sebastian Vettel à F1 pois não teria atenção total da empresa. Ao assinar com Steve Robertson, que foi empresário de Kimi Raikkonen e Jenson Button, Nasr sabia que teria dedicação total do agente e que está focado em levar o piloto à F1 dentro de 3 anos.
Felipe conta com a expectativa de grande parte do público brasileiro. Tem tranquilidade e confiança necessárias para se tornar um grande nome do automobilismo mundial. O que falta agora é apoio de empresas brasileiras para não ser preterido em troca de um piloto com menos talento e mais dinheiro na hora da decisão de uma vaga na F1.

Kart



Com grande satisfação recebi na semana passada um e-mail do Mauricinho Alves, piloto de kart paraense “das antigas”, como chamamos.
Mauricinho, assim como muitos apaixonados pelo esporte, querem ajudar a refazer o kart no Pará e essa ajuda é importante pois precisamos de apoio empresarial e governamental para exportar talentos que sabemos que existem dentro do estado.
No e-mail, Mauricinho enviou uma crônica a respeito do que era o kart paraense e gostaria de compartilhar, pois diz muito do que sentíamos.
A crônica:

SAUDADES
Saudades de um passado maravilhoso, saudades dos sábados e domingos ensolarados e chuvosos, que cobriam o kartódromo Bené Maranhense, em Castanhal...
Saudades dos amigos e ao mesmo tempo rivais de pistas, Sylvio e Felipe Braga, Roberto e Robertinho Saraiva, Macaco Mamola, Altino, Carlinhos Silveira, Brucci, Augusto Santin, Mauro Folha, Oswaldo Ferreira e tantos outros...
Saudades do cheiro queimado dos pneus, do óleo, da gasolina e até mesmo do suor do macacão, da balaclava, das luvas, do capacete...
Saudades das retas que eram traçadas em altíssima velocidade, das curvas que eram contornadas literalmente nas pontas dos dedos, freadas quase em cima das zebras, que saudades...
Saudades do que o kart proporcionava, não era apenas um esporte, e sim a inclusão social, econômica e cultural, desenvolvida através de parcerias com empresários, patrocinadores e o público em geral que se aglomeravam para ver as máquinas em alta velocidade e os roncos únicos dos motores...
Saudades da minha família em especial, das idas e vindas com o meu pai ao kartódromo, das nossas conversas, das músicas que escutávamos quando percorríamos o translado necessário, do seu apoio em especial, do seu ombro amigo que por muitas vezes me debrucei para pedir ajuda, das orações da minha mãe para que tudo ocorresse bem...
Saudades do passado, que dizem por ai, não voltar mais... Será?
“Mauricinho Alves”


Um grande abraço
Até a próxima



Coluna publicada no caderno Auto & Cia do jornal O Liberal do dia 11/09/2011

29 agosto, 2011

A vez de Senna






Neste fim de semana, Bruno Senna substitui o alemão Nick Heidfeld na Renault Lotus. O Brasil vai ver novamente um Senna pilotando um carro preto e dourado.
Heidfeld vinha sofrendo duras críticas a respeito de seu desempenho nas últimas semanas. O piloto havia sido contratado para o lugar de Robert Kubica que sofreu um grave acidente de Rali em fevereiro deste ano. Nick era a aposta da equipe para desenvolver o equipamento que conta com um inédito sistema de escapamento frontal. O alemão conquistou um pódio no GP da Malásia deste ano, mas depois disso a equipe passou a perder rendimento e hoje ele encontra-se apenas 2 pontos na frente de seu companheiro, Vitaly Petrov, o que para a equipe não é um bom desempenho durante o ano.
Ainda não está confirmado se Bruno irá fazer apenas esta corrida ou se ficará no restante da temporada. O que é certo é a grande quantia de dinheiro que o brasileiro está levando para a equipe, o que não desmerece em nada sua escolha como piloto do carro nº 9. Até porque Romain Grosjean, virtual campeão da GP2, está de olho na vaga.
Devemos esperar que ele acompanhe o ritmo do russo Vitaly Petrov, que já está mais adaptado ao carro, à equipe de corridas, estratégias, etc. Se der continuidade na temporada, podemos vê-lo andando na frente de seu companheiro uma vez ou outra até o final do ano.
A F1 dificilmente dá uma segunda chance. Que agarre esta com unhas e dentes, pois é um privilegiado.

De volta!



Após as 3 semanas de férias de verão europeu, a Fórmula 1 retoma suas atividades em um dos mais tradicionais circuitos do calendário atual da categoria.
Spa Francochamps é uma das 5 pistas clássicas que restaram no roteiro da F1, junto com Mônaco, Silverstone, Monza e Interlagos. Com o crescimento dos países asiáticos e do oriente médio, muitas pistas históricas como Estoril, Paul Ricard e Hockenheim foram devidamente afastadas do calendário da categoria. Hockenheim ainda reveza com Nurburgring a sede do GP da Alemanha, porém o traçado clássico com retas gigantescas com chicanes no meio para reduzir a velocidade, foi totalmente mutilado em virtude de acordos comerciais do chefão da categoria.
Voltando a Spa, é um circuito onde todo piloto sonha em correr. Com curvas de todos os tipos, de alta velocidade, de baixa, de média, com subidas e descidas muito rápidas e, claro, a famosa Eau Rouge. Curva que um dia mostrou a diferença entre “os homens e os meninos”. Hoje em dia, com os motores V8 e a grande carga aerodinâmica dos carros, ficou fácil fazer a curva de pé embaixo, como se fosse uma reta, porém até alguns anos atrás, muitos acidentes aconteceram por excesso de otimismo de alguns pilotos em tentar fazê-la sem desacelerar. Em 1999, Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta, quando companheiros na BAR, apostaram quem conseguiria passar com 100% de aceleração durante a classificação. O resultado foi um prejuízo enorme para a equipe que teve que reconstruir os dois carros, pois os dois se arrebentaram nas barreiras de pneus da curva.
Nos anos 80, os carros com pouquissíma pressão aerodinâmica e motores turbo V12, eram verdadeiras cadeiras elétricas e quem fazia a Eau Rouge de pé embaixo era considerado meio louco. Ayrton Senna era um que desacelerava na entrada da curva, mas achou uma forma de fazê-la que era ainda mais rápido que os pilotos que a faziam com total aceleração.
Spa Francochamps é uma pista de 7km de extensão, sendo assim a mais longa da temporada, a corrida conta com 44 voltas e a previsão é sempre de chuva. Às vezes o piloto começa a volta com a pista seca, mas do outro lado do circuito tem chuva torrencial. É sempre um privilégio assistir uma corrida de F1 na pista belga.

Quem vem por aí

Conforme prometido na última coluna, apresento os nomes brasileiros que estão despontando no automobilismo internacional.



O principal piloto brasileiro atualmente no cenário europeu é Felipe Nasr. Atual líder do campeonato inglês de F3, o brasiliense, que corre com o carro nas cores da bandeira brasileira, é tratado como uma joia sendo lapidada.
Nasr tem Steve Robertson como empresário, simplesmente o mesmo de Kimi Raikkonen, que atualmente disputa o mundial de Rali (WRC) e tem suporte da Red Bull por trás, que vê nele um grande talento em potencial para ser uma força da F1 no futuro.
Se tudo correr conforme programado, em pouco tempo teremos um piloto de ponta na F1.



Lucas Foresti é outro brasiliense que vem se destacando também na F3 inglesa, atualmente em 5º lugar no campeonato, Lucas já venceu corridas e fez dobradinha com Nasr no topo do pódio da categoria que já teve Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Rubens Barrichello como vencedores.



Cesar Ramos disputa a World Series by Renault. Campeonato fortíssimo, que tem como líder Daniel Ricciardo, piloto da F1 que tomou o lugar de Narain Karthikeyan na Hispania. Cesar foi campeão da F3 italiana em 2010 e com isso ganhou um teste de F1 pela Ferrari. Atualmente o piloto está com dificuldades financeiras e por isso não consegue ter um desempenho consistente na categoria. Cesar é gaúcho e tem um enorme talento. Pode ser uma grande surpresa do automobilismo brasileiro nos próximos anos.



Quem está despontando dentro do Brasil é o paraense Felipe Fraga. Nascido em Jacundá, o piloto corre pelo estado do Tocantins, pois tem o apoio do governo local que paga todas as suas despesas com viagens e hospedagem. É um grande incentivo, já que ele viaja bastante tanto dentro do país quanto para fora. Final deste ano Fraga irá disputar o WSK, World Series of Kart, um tipo de campeonato mundial disputado em Las Vegas e tem grandes chances de se tornar campeão.
Felipe tem contato direto com pilotos como Rubens Barrichello e Tony Kanaan e está para anunciar um grande contrato para o ano que vem e que certamente lhe abrirá muitas portas no cenário do automobilismo internacional.
Se for para cravar, eu aposto que em alguns anos teremos o primeiro paraense a pilotar um carro de F1. Pena que ele vai se dizer tocantinense.

Kart



Domingo passado foi realizada a primeira etapa do Campeonato Kart Club do Pará, com apoio da Fepauto, Prefeitura de Castanhal, Dele & Dela, Mobilli e ESC Construções,
A vitória ficou com o piloto Mauro Folha, treinado pela Veloz Management, que largou de 4º lugar e foi ganhando posições no decorrer da prova. Na sequência vieram Raul Melido em 2º, Maurício Vulcão, Pablo Coimbra e Augusto Santin.



O kart no Pará está voltando. Um grupo de amigos assumiu essa responsabilidade e com a ajuda de pessoas das antigas como Roberto e Robertinho Saraiva, que estão dando uma força enorme para que o kartódromo volte suas atividades a pleno vapor.



Foi muito bom rever pessoas que não via há muitos anos, todas elas empolgadas em poder ver novamente uma prova de kart oficial no nosso estado.
Que a partir de agora, seja só crescimento.
Parabéns aos herois do novo kart paraense.

Um grande abraço
Até a próxima.

Coluna publicada no jornal O Liberal do dia 28/08/2011

15 agosto, 2011

De férias mas com muito a fazer.



A F1 chega em seu período de férias coletivas. Todo agosto, mês das férias europeias o circo da categoria para completamente por 3 semanas. Normalmente após o GP da Hungria, como aconteceu este ano.
É um período sem movimentação nas pistas, porém com muito falatório nos bastidores. Principalmente depois do movimentado GP húngaro que terminou com uma vitória cerebral de Jenson Button, após lutar com seu companheiro Lewis Hamilton e contra o líder do mundial, Sebastian Vettel.



É impressionante como Button consegue se adaptar à condições climáticas adversas. Sempre que o clima ficar instável com o chove e para, podemos colocar o campeao mundial de 2009 como um dos favoritos, ainda mais por ter uma McLaren nas mãos. Nas suas 4 vitórias pela equipe de Woking, Jenson enfrentou instabilidade no clima. Australia e China de 2010 e Canadá e Hungria de 2011, foram corridas semelhantes, que tiveram chuva e muitas paradas para troca de pneus. Coincidentemente, ou não, Button sempre esteve muito forte e foi o vencedor com a mesma estratégia de cuidar bem dos pneus e ser agressivo na hora certa. O inglês enxerga a corrida como um todo, não apenas o momento dela.
Button é uma excessão. Há um ditado no automobilismo que diz: “quando abaixa a viseira, todo piloto fica burro” – justificado pela enorme ganância que todo piloto tem de vencer a qualquer custo. Jenson contradiz essa regra, provando que não é só de velocidade que se faz um excelente piloto. Usar o cérebro muitas vezes leva vantagem sobre a agressividade.
O piloto da McLaren vai para as férias com a moral elevada e como um fortíssimo candidato ao vicecampeonato. Pois o campeão será o Alemão da Red Bull.

Schumacher

Esta semana surgiu uma informação que o heptacampeão mundial não estaria com a cabeça voltada 100% para a F1 e que estaria considerando a possibilidade de se aposentar novamente ao final desta temporada.
Schumacher definitivamente não é o mesmo piloto que fez história na categoria principal no início da década passada, mas isso não significa que ele não é importante para a equipe Mercedes. Ross Brawn, diretor técnico da equipe, declarou recentemente que apesar de Michael estar sendo constantemente batido por seu companheiro Nico Rosberg, é extremamente importante para ajudar a desenvolver o carro da “forma antiga”, transmitindo conhecimento e experiência aos engenheiros e mecânicos da equipe.



O alemão teria declarado a um jornal italiano que está cansado mentalmente da rotina da categoria e que ele é o principal problema por seu fraco desempenho. Admitiu estar um pouco relaxado por a equipe não estar andando na frente, portanto a mentalidade não está de acordo com a equipe, que precisa se desenvolver rapidamente para enfim vencer.
Brawn afirmou que se Schumacher não está mais se sentindo à vontade, eles devem conversar, pois não há sentindo em forçar uma pessoa a fazer o que não tem vontade.
Após esta declaração, o piloto da Force India, Paul di Resta, que faz sua estreia na categoria, já foi cotado para assumir o cockpit do heptacampeão. O escocês tem feito um ótimo trabalho na equipe indiana e tem como empresário Anthony Hamilton, pai de Lewis.
Sabrine Kehm, agente de Schumacher, afirmou que o piloto não deu essas declarações, afirmando que o ex-ferrarista tem enorme paixão pelo projeto e que tem cada vez mais vontade de permanecer na categoria, ainda mais agora que está próximo de completar 20 anos de sua estreia na F1.
Vamos esperar para ver se Michael se aposenta mesmo ao final desta temporada ou se cumpre seu contrato até o final de 2012.

Brasileiros

Rubens Barrichello e Felipe Massa não estão em situações muito confortáveis.
O primeiro ainda não renovou seu contrato com a Williams e há quem diga que isso não vai acontecer. Rubens é um piloto caro e tudo que a equipe Williams não quer hoje são despesas que não caibam no orçamento. Depois de algumas corridas com pouca evolução do time, ficando a frente apenas das 3 nanicas, a conversa do brasileiro com o time sobre a renovação de contrato ficaram estagnadas. Inclusive um diretor da equipe declarou que “Não necessariamente os pilotos de 2012 serão os mesmos”. É bom lembrar que Maldonado não perde o cockpit pois leva um caminhão cheio de dólares para a equipe.



Massa, como em todos os anos que correu pela Ferrari, tem seu lugar ameaçado. Desde 2006, quando foi companheiro de Schumacher no time italiano, tem seu lugar colocado em cheque. O problema é que desta vez os rumores são fortes mesmo. O desafio que Jules Bianchi e Sergio Pérez farão pela equipe e a prorrogação do contrato de Alonso até 2015, dão indícios que Felipe sairá da Ferrari ao final de seu contrato, em 2012.
Na próxima coluna vou falar um pouco das promessas brasileiras. Quem está acelerando forte nas categorias de base do automobilismo. Nomes como Felipe Nasr, Lucas Foresti, Pietro Fantin e Felipe Fraga.

Kart

Domingo que vem, dia 21, será realizada a 2ª etapa do Kart Club do Pará. A prova terá apoio da Prefeitura Municipal de Castanhal, FEPAUTO , ESC Construções e Vieira e Leão Construtora.
O grande atrativo desta etapa será a “Prova do Milzão”, onde o vencedor levará para casa um cheque de mil reais, oferecido pela organização da prova que terá a cobertura da TV Liberal.



O kartódromo está voltando aos bons tempos, a Prefeitura Municipal de Castanhal está dando um grande apoio ao esporte, que aos poucos está crescendo novamente devido ao trabalho dos apaixonados pelo kart.
Muita gente das antigas está interessada em voltar a competir. Essa é a hora de trazer o kart de volta.

Um grande abraço
Até a próxima.

Coluna publicada no Jornal O Liberal no dia 14 de agosto de 2011

06 agosto, 2011

Tá esquentando!

As vitórias de Fernando Alonso na Inglaterra e Lewis Hamilton no GP da Alemanha serviram para esquentar um pouco a disputa pelo campeonato que andava meio fria por conta das vitórias sucessivas do líder Sebastian Vettel.
Ferrari e McLaren atingiram uma curva de evolução surpreendente e conseguiram igualar o desempenho das RBR em ritmo de corrida. Em classificação a equipe dos energéticos ainda continua imbatível e isso é um grande passo para quem quer conquistar a vitória. Mark Webber, o único a largar da posição de honra além de Vettel ainda não conseguiu transformar pole em vitória. Um claro indício de que não vive seu melhor momento na categoria.
Falando em não viver o melhor momento, quem também não vive seu melhor momento no ano é Vettel. Depois de começar de forma arrasadora, parece que o fôlego acabou. Claro que isso não significa que não pode voltar a qualquer momento e aquela superioridade do piloto alemão do começo da temporada pode voltar a existir. Não seria muito normal isso acontecer porque os adversários já reagiram e dificilmente vão regredir na metade final da temporada. Vettel já sabe que tem que administrar a enorme vantagem conquistada e caminhar tranquilamente em relação ao título. Se a diferença continuar como está, o alemão vence o campeonato com 3 corridas de antecedência.
A história da F1 mostra que ninguém até hoje perdeu um campeonato tendo vencido tantas corridas no início da temporada. Não acredito que isso vá acontecer agora em 2011. Mesmo com o mundo do esporte virado de cabeça para baixo nesses últimos anos.

Batata Assando

Nick Heidfeld, que assumiu o cockpit do polonês Robert Kubica, acidentado em um Rali na Itália no início do ano, está com sua vaga sob séria ameaça ainda na temporada atual. A decisão da Renault de utilizar o brasileiro Bruno Senna nos primeiros treinos livres do GP da Hungria mostra bem a condição do piloto alemão dentro da equipe.
Heidfeld foi contratado para substituir Kubica em uma decisão bastante óbvia e acertada na ocasião. É um piloto experiente, rápido e bom acertador de carros, mas não é um líder nato, como Robert, a Renault esperava esta liderança na condução da equipe durante a temporada. O que acabou não acontecendo e o alemão tem perdido espaço dentro do time.
Isso pode ser bom para Senna, que é o substituto natural da equipe, porém o chefe Eric Boullier, tem uma clara preferência por Romain Grosjean, que passou pela equipe em 2009, após a demissão de Nelsinho Piquet e foi muito mal. Agora mais experiente é a grande aposta da equipe para 2012, caso conquiste o título da GP2, que está muito bem encaminhado.
Bruno tem que trabalhar bem na pista para, se tudo der certo, conseguir uma vaga no grid da categoria em pelo menos uma corrida este ano. O GP Brasil seria ideal para isso. Mas o brasileiro precisa ir atrás de patrocínio se quiser fazer acontecer.
A pergunta que fica é: com Kubica voltando em 2012 e Romain Grosjean assumindo o outro cockpit da Renault. Para onde Vitaly Petrov iria? O russo tem feito um ótimo trabalho na atual temporada, tendo, inclusive, conquistado um pódio na primeira etapa do campeonato. Fora isso traz consigo um patrocínio consíderável. Algo que nenhuma equipe hoje está dispensando.

Pit Stop e Felipe Massa

Mais uma vez nos pit stops a Ferrari se deu mal e prejudicou Felipe Massa. Por essas e outras que acontecem desde 2008, ano que o brasileiro perdeu o título por culpa de quebras e falhas nos pits, alguns brasileiros acham que existe uma teoria da conspiração contra os pilotos do nosso país que passam pela equipe italiana.
Não é nada disso. Falhas acontecem e são normais. Claro que é irritante acontecerem mais para um do que para outro, mas é absolutamente normal. Inclusive os pit stops mais rápidos dos GP’s da Inglaterra e da Alemanha foram feitos no carro do brasileiro. Realizados em cerca de 3.1 segundos.
A ideia é que esses pit stops fiquem cada vez mais rápidos. No DTM (Stock Car alemã), já vi pit stops serem feitos em cerca de 1,5 segundo. Isso para trocar os 4 pneus. É um absurdo, mas é verdade. E até o fim da temporada a F1 deve chegar bem perto desse número.
Felipe não atravessa uma boa fase na carreira. Sem dúvida o acidente no GP da Hungria de 2009, quando uma mola do carro de Rubens Barrichello atingiu sua cabeça o deixou pelo menos meio segundo mais lento. Felipe não é mais aquele piloto de classificação, que conseguia voltas impressionantes e conquistou 15 poles entre os campeonatos de 2006 e 2008. Tem começado bem as corridas, mas o ritmo dele do meio para o final dos GP’s é algo impressionantemente ruim. Chega a ser 1 segundo mais lento que Fernando Alonso, seu companheiro de equipe. A única explicação que consigo ver é a desmotivação por não estar lutando pela vitória.
Tenho também uma suspeita, que não posso confirmar até porque a Ferrari nunca vai expor essa informação, mas eu já vi acontecer diversas vezes na categoria: talvez Felipe não tenha a mesma versão do carro que Alonso. Às vezes a equipe faz uma atualização no carro que é testada em apenas um e, se der certo, fica com o primeiro piloto do time, que é quem tem chances de disputar posições mais para a frente. Não é complô, simplesmente uma escolha da equipe. Se o brasileiro estivesse com mais condições de vencer, como aconteceu em 2008, as atualizações seriam dadas à ele. Mas a grande diferença de ritmo na classificação, cerca de 0.5 a 0.6 entre os pilotos da Ferrari, deve ser creditada à essa diferença na versão dos equipamentos utilizados entre os dois.

Sid Mosca

Na semana passada faleceu um artista do automobilismo. Sid Mosca, responsável pelas pinturas dos capacetes de Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi vinha lutando contra um câncer há alguns meses. Deixou um lindo legado, colorido e marcante.
Conheci Sid em 1999, quando fui convidado pela Petrobras para assistir a final da seletiva de kart. Em um dos passeios pela cidade, visitei o ateliê onde tive o prazer de ouvir muitas histórias, entrei no 1º F1 de Rubens Barrichello e segurei nas mãos capacetes originais de Ayrton Senna e Nelson Piquet.
Sou muito grato por ter conhecido uma lenda do automobilismo brasileiro. Meu sonho era ter um capacete pintado pelas mãos do Sid. Infelizmente não deu. Mas ter aqueles minutos na lembrança valem muito mais do que um capacete pintado.

Um grande abraço
Até a próxima

Coluna publicada no Jornal O Liberal no dia 31 de Julho de 2011

04 junho, 2011

Querem acabar com Hamilton?

As diversas punições aplicadas ao piloto de ponta mais agressivo que surgiu na F1 nos últimos anos podem mudar um estilo de pilotagem empolga os fãs da categoria.
Apesar do estilo de guiar do piloto inglês ser bastante agradável, parece que os dirigentes e diretores de prova estão sendo um pouco rigorosos quanto às punições contra ele. Em 6 etapas este ano, Hamilton já recebeu 5 punições, um número bem alto para os padrões da categoria.



O problema disso tudo é que quanto mais o piloto é punido, mais ele é visado pelos comissários desportivos das provas, mais ou menos como aquele jogador “cai-cai” no futebol, que quanto mais se joga simulando faltas, menos os árbitros apitam, imaginando que foi uma simulação.
Hamilton é um piloto agressivo que tenta ultrapassar sempre que vê uma janela aberta na sua frente. É um piloto ao estilo Nigel Mansell com mais talento. Daqueles que não pensa muito antes de tomar uma decisão para ganhar uma posição na pista. Muitas vezes passa do ponto e acaba errando, mas esse é um estilo que agrada àqueles que gostam de automobilismo puro. Das ultrapassagens e disputas de posição.
Tenho um certo receio que esse excesso de punições faça Lewis Hamilton repensar suas ações dentro da pista e assim, passarmos a ver um piloto morno, comum, que não traz emoção para as corridas. Já estou cansado de ver pilotos assim na F1. A categoria precisa de pilotos agressivos, que vão para cima com pouco espaço, que dão declarações polêmicas, que não goste de seus adversários. Hamilton é isso.



A declaração feita em tom de brincadeira dizendo que estava sendo perseguido pelos comissários “por ser negro” e em seguida chamar Felipe Massa e Pastor Maldonado de “burros”, foi sensacional. Obviamente que não pega bem para o “bom mocismo” empregado nos dias de hoje e também foi de certa forma mal educado. Mas declarações polêmicas estão em falta na F1 e no automobilismo em geral. Os pilotos estão cada vez mais parecidos com jogadores de futebol na hora de dar declarações, com respostas prontas e sem nenhuma profundidade.
É claro que não estou pedindo por falta de educação dos pilotos. Estou querendo um pouco mais de personalidade nas declarações. De manchetes nos sites e jornais. Precisamos de rivalidade nas pistas.



Por mais engraçado que pareça, hoje a maior rivalidade da F1 é entre Michael Schumacher e Rubens Barrichello. É nítido que o brasileiro não gosta do alemão, enquanto o europeu é um pouco indiferente quanto a Rubinho. Sempre que eles se encontram na pista algo de bom acontece. Uma ultrapassagem, um toque de rodas. É disso que a F1 precisa mais do que tudo.
A ultrapassagem de Barrichello sobre Schumacher no GP da Hungria do ano passado foi uma das manobras mais sensacionais da história da F1. E isso é consequência da rivalidade entre os dois, que são os pilotos mais velhos da categoria, vem de uma escola diferente.
O aumento das ultrapassagens com as novas regras deste ano pode provocar o início de algumas rivalidades ou até mesmo aumentar algumas que já existem e que estão adormecidas como Hamilton x Alonso. Na primeira vez que eles se encontrarem na pista, acredito que vai pegar fogo. Vettel e Webber no ano passado já se encontraram na Turquia e até hoje não se entendem muito bem.
Ainda faltam dois terços do campeonato pela frente. E eu acredito que as maiores emoções ainda estão por vir em 2011.

GP de Mônaco
O Grande Prêmio disputado na semana passada teve muito mais emoções que em muitas temporadas anteriores. O DRS (asa móvel) não foi tão importante para que as disputas fossem emocionantes, e sim a disparidade dos pneus. A falta de durabilidade dos pneus macios e super macios fez com que os pilotos adotassem várias estratégias diferentes.
No final da corrida, Vettel tinha uma parada, Alonso duas e Jenson Button vinha muito mais rápido que os dois, tendo feito três paradas. O acidente que envolveu Vitaly Petrov, Jaime Alguersuari e Lewis Hamilton a 6 voltas do fim, fez a direção de prova sancionar bandeira vermelha. Até aí todo mundo ficou feliz por ter sido uma decisão sensata que proporcionaria um final de prova emocionante, pois não seria em bandeira amarela.
Seria assim.
O artigo 41.4 do regulamento desportivo da categoria diz o seguinte:
“Enquanto a corrida está suspensa:
- Podem ser feitos trabalhos nos carros assim que eles pararem no grid ou entrarem nos boxes, mas nenhum desses consertos pode atrapalhar o reinício da corrida.”
É uma regra ridícula, que simplesmente pode acabar com uma disputa no final de uma corrida, exatamente como aconteceu em Monte Carlo na última semana.
Jenson Button vinha sendo 2 segundos por volta mais rápido que Vettel e 1 segundo mais rápido que Alonso. Os três pilotos vinham colados e seriam 6 voltas emocionantes, com a corrida totalmente em aberto. A autorização para mudar os pneus e mexer nos carros simplesmente brochou o mundo inteiro que esperava ver uma disputa sensacional pela primeira posição nas ruas de Mônaco. Algo que há tempos não acontecia.
A pressão para que esta regra seja mudada agora é enorme. Mas infelizmente nunca saberemos qual seria o desfecho real do GP de Mônaco de 2011.



Indy 500



Confesso que desde o GP Brasil de 2008, quando Felipe Massa disputou o título e o perdeu para Lewis Hamilton na última curva da última volta da última etapa do calendário, não sentia uma emoção tão grande ao assistir uma corrida pela TV.
O final das 500 milhas de Indianápolis, disputado também no domingo passado foi simplesmente sensacional.
500 milhas é assim: são 150 voltas poupando equipamento e as últimas 50 acelerando pra valer, torcendo para uma bandeira amarela ou economizando combustível. Tudo dependendo de qual for a estratégia da sua equipe para o finalzinho da prova.
Faltando 10 voltas para o final, a líder da prova era Danica Patrick, que vinha em uma corrida discreta, mas apareceu na liderança por conta da estratégia. Não teve combustível suficiente e teve que parar nos boxes.
A 5 voltas, Bertrand Baguette assumiu a liderança que ocupou por 3 voltas mas também teve que parar nos pits para reabastecer.
Faltando 2 voltas, JR Hildebrand assumiu a ponta da prova, com combustível suficiente no tanque para chegar ao final, sem ter que economizar e com uma distância confortável para o segundo colocado.
Venceu Dan Wheldon.
É incrível pensar que um piloto vai fazer 799 curvas durante uma corrida de 800, bater na última e simplesmente perder as 500 milhas de Indianápolis. Mas aconteceu.
Hildebrand, talvez desconcentrado por ser um estreante na corrida e com a vitória nas mãos, bateu na última curva da última volta e deu a vitória de presente para Dan Wheldon que vinha cerca de 3 segundos atrás.
Inacreditável. Mas aconteceu.
Na hora ficou a dúvida se ele teria vencido mesmo cruzando a linha de chegada com o carro destruído, mas logo pôde-se ver que Wheldon passou por ele antes de ser sinalizada a bandeira amarela, portanto o piloto que vinha em segundo lugar, foi aquele que venceu a corrida centenária sem ter liderado nem mesmo uma volta.
O automobilismo é assim. Para um vencer, outros tantos tem que perder. É um esporte emocionante que quem ama faz até o impossível para estar por perto.

Um grande abraço
Até a próxima.

18 abril, 2011

Porque o pneu de Sondermann estava montado ao contrário.

Muita gente quando viu as primeiras fotos do carro acidentado de Gustavo Sondermann logo identificou o aparente "erro" na montagem do seu pneu traseiro direito e especulou que isto poderia estar diretamente ligado ao acidente que vitimou o piloto paulista.



O que nem todos hoje devem estar sabendo é que isto faz parte do setup do carro para pista molhada no traçado de Interlagos. Muitas equipes, não só da Stock Car, mas de muitas outras categorias fazem isso há bastante tempo.

Lembrei de uma discussão que tive em um fórum sobre automobilismo há alguns anos, onde vi uma foto da Renault de Fernando Alonso com o pneu montado da mesma forma que no carro de Sondermann. Por coincidência, era uma foto após um forte acidente também na curva do Café. No caso do piloto de F1, no ano de 2003.

Na foto abaixo, pode-se ver o que estou dizendo (clique para ampliar):



Sim, eu sei que a imagem não tem o melhor ângulo, por isso tratei de procurar outra foto e fazer uma pequena montagem para ajudar a identificar o sentido de rotação dos pneus.
Abaixo, além da foto do carro de Fernando Alonso, posto também uma foto do carro de Mark Webber, causador do acidente, que tem o pneu montado no sentido correto, com as ranhuras apontadas para a frente (clique para ampliar).







O que acontece:
Na chuva os carros de corrida tem uma grande tendência a sair de frente, o conhecido understeer, que significa ter que virar muito a direção para o carro ter aderência suficiente e entrar na curva com a velocidade ideal.
A busca do setup correto para pista molhada é justamente neutralizar esta derrapagem dos pneus dianteiros para contornar as curvas e acelerar o quanto antes. Isso acontece tanto com carros de tração traseira quanto com carros de tração dianteira.

A pista:
Interlagos é uma pista com um traçado muito peculiar, no sentido anti-horário, tendo 9 curvas para a esquerda e apenas 6 para a direita.
Quase todas as curvas para a esquerda são curvas onde é necessária uma grande mudança de direção de forma rápida.



A explicação:
Por ter tantas curvas para a esquerda, o traçado de Interlagos permite que seja feita uma adaptação para melhorar o rendimento sob chuva e esta adaptação é justamente a de montar o pneu traseiro direito ao contrário.
Mas qual realmente é a relação entre montar o pneu invertido e melhorar o rendimento?

É basicamente uma equação. Balancear as saídas de frente em uma pista como Interlagos pode levar os engenheiros a fazer um setup assimétrico para os carros. Ou seja, deixar o acerto de um lado do carro diferente do outro.
Em uma pista com muitas curvas para a esquerda, o pneu traseiro direito é o que tem o apoio na grande maioria das vezes.

Montar o pneu ao contrário significa provocar um menor escoamento de água. Quando o piloto freia e começa a esterçar a direção para entrar na curva, o pneu de apoio, no caso de Interlagos, o traseiro direito, por escoar menos água que os demais, provoca um desequilíbrio, derrapando mais que os outros e isso faz com que o carro "aponte" mais rapidamente para o centro da curva, dando ao piloto uma condição de poder acelerar mais cedo e sair com mais velocidade.

Isto só pode ser feito em pistas em que possuem um número de curvas bem maior para um lado do que para o outro e com características bem peculiares.
Interlagos possibilita este maior desafio para pilotos e engenheiros, pois é uma pista fascinante.

Portanto, posso dizer com segurança que o pneu nada teve a ver com o acidente que vitimou Gustavo. Montar invertido foi uma solução encontrada pela equipe para melhorar o rendimento do carro do piloto. Solução esta, utilizada até na F1.