11 outubro, 2011

O drama de Massa




Depois do forte acidente em 2009, quando uma mola atingiu sua cabeça, o piloto brasileiro nunca mais foi o mesmo.

Felipe Massa pode até dizer que não, mas o acidente sofrido na Hungria em julho de 2009 afetou drásticamente sua carreira. O piloto, que era o então vicecampeão mundial de F1, mesmo tendo se recuperado até o final daquele ano, foi colocado de molho pela Ferrari até o início da temporada 2010 da categoria.

O pior de tudo, quando completava exatamente 1 ano do acidente, a Ferrari exigiu que diminuísse a velocidade para deixar seu companheiro de equipe vencer a corrida naquela que foi a chance mais próxima de vitória desde o GP Brasil de 2008.



Massa nunca mais foi o mesmo piloto veloz em classificações e agressivo nas corridas, que enchia os olhos quando se atirava em uma disputa. Tem lá seus momentos no início das corridas, mas é só. Parece que no decorrer das provas vai se desmotivando e acaba sempre chegando em colocações não condizentes com o carro que possui. Ainda mais se comparado a Fernando Alonso, seu companheiro, que tem mais do dobro de pontos do brasileiro. Enquanto Alonso tem uma vitória e 7 pódios, o melhor que Felipe conseguiu este ano foi repetir o sexto lugar por 4 vezes.

A briga com Hamilton ao final do GP de Cingapura mostrou em parte o descontrole emocional que Felipe tem passado desde que Alonso passou a dominar a equipe que ele faz parte desde 2006. Se ele transformar essa agressividade em resultados, quem sabe ele volte a ser um sopro daquele Massa de 2008.



Felipe pode nunca admitir, mas aquela mola que acertou sua viseira deixou marcas para o resto da vida. Não apenas físicas, mas psicológicas também. Pelo segundo ano consecutivo vinha sendo melhor que Kimi Raikkonen, finlandês campeão do mundo em 2007 e desmotivado nas temporadas seguintes. A Ferrari percebeu que Kimi não era o mesmo piloto de antes e que Massa poderia também não ser. Como não é. E se apressou em trazer Alonso para dentro do time. Decisão acertada, pois o espanhol disputou o título de 2010 até a última etapa e acabou perdendo por um erro de estratégia.

Nelson Piquet, que sofreu um forte acidente na curva Tamburello em 1987, mesma curva que Ayrton Senna morreu, tem uma explicação que faz sentido com relação à Massa. Ele diz, por experiência própria, que depois de uma pancada forte na cabeça, o piloto perde um pouco a noção de profundidade e aproximação das curvas e, por menor que seja essa perda, para um piloto de F1 faz toda a diferença. Pode não ser o que acontece com Felipe, mas faz todo o sentido.



Outra explicação plausível para o pífio desempenho do brasileiro é a falta de um carro verdadeiramente competitivo, que o permita fazer poles e vencer corridas. Felipe sempre que teve um carro com essas características (2006 e 2008), correspondeu com poles e vitórias. A Ferrari promete um carro competitivo para 2012, que é o último ano de contrato com Massa. Acredito que este seja seu último “match-point” na carreira de piloto de F1. Sua tarefa é ainda mais difícil pois o novo carro da equipe está sendo construído para o estilo de pilotagem de Fernando Alonso.
Se Massa não virar logo o jogo, terá que se contentar com outras equipes do meio para o final do grid. Há quem diga que a Ferrari prefere meio Kubica à um Felipe inteiro.

Hamilton



Realmente o piloto inglês não atravessa um bom momento na carreira. Muitos erros e acidentes que tem prejudicado muito seu desempenho durante o ano.
O último incidente com Felipe Massa deixou claro seu descontrole na, até então inédita, situação de ter que lidar com um companheiro melhor que ele no campeonato.
Button vem dando um banho em Hamilton em corridas e provavelmente é isso que pressiona Lewis a correr tão no limite que acaba prejudicando não só a si como outros pilotos.
Lewis precisa rever certas condutas dentro e fora das pistas. Depois que se separou profissionalmente de seu pai, passou a fazer muitas besteiras. Ao que parece ele perdeu um pouco a referência de como deve lidar com certas coisas.
Para um piloto é muito importante a presença do pai ao lado.

Kart



O Campeonato Paraense de kart está cada vez mais emocionante. Na etapa realizada no último dia 25 de setembro, Pablo Coimbra foi o grande vencedor, com direito a pole position. Pablo que chegou em 4º lugar na primeira etapa depois de um abandono enquanto liderava, dessa vez conseguiu fazer sua prova sem problemas e liderou de ponta a ponta até receber a bandeirada final.

O líder da competição, Mauro Folha fez uma corrida de paciência e estratégia e pensando no resultado para o campeonato. Mas mesmo assim, Folha ficou com o segundo lugar engasgado na garganta e promete ir para cima na próxima etapa, para manter a dianteira até o final da temporada.

O terceiro lugar ficou com Mauricio Vulcão. O piloto que tem melhorado seu desempenho a cada treino largou da quarta posição e após uma disputa com o surpreendente estreante Christian Bomm, levou a melhor e garantiu o troféu.

Mauricio tem feito ótimos treinamentos com a Veloz Management e Oz Coaching e tem tudo para conquistar sua primeira vitória até o final do campeonato.

Raul Melido, que tem feito boas apresentações teve dificuldades com seu equipamento e mesmo assim conseguiu chegar em 4º lugar.
A classificação atualizada da temporada está assim:

1 – Mauro Folha – 18 pts
2 – Pablo Coimbra – 16 pts
3 – Raul Melido – 14 pts
4 – Mauricio Vulcão – 12 pts
5 – Augusto Santin – 6 pts

A briga está aberta e o kartódromo de Castanhal sediará a terceira etapa do campeonato no dia 30 de outubro. O campeonato está pegando fogo.

Kart na Europa



O ex-piloto paraense Felipe Braga conquistou com seu piloto, o carioca Thiago Vivacqua, 14, o primeiro título em solo europeu.

A conquista veio no torneio Ciao Thomas Knopper, disputado em homenagem ao piloto alemão, morto em um acidente em 2009 e foi realizado no kartódromo na cidade de Kerpen, de propriedade da família Schumacher, que foi representada pelo heptacampeão mundial de F1 em uma das categorias.

A vitória de Thiago veio após uma disputa muito forte com o norueguês Dennis Olsen, vencedor do torneio em 2010. Dennis, após ser ultrapassado por Vivacqua acabou cometendo um erro em uma tentativa de ultrapassagem sobre o brasileiro e deixou o caminho livre para o carioca, piloto da Veloz Management conquistar seu primeiro título no velho continente.



O título veio apenas duas semanas depois de Thiago conquistar o 12º lugar no campeonato mundial de kart, o que comprova o excelente trabalho que Felipe Braga tem feito trabalhando como coaching do piloto carioca.

Mais uma prova que o Pará tem muitos talentos no automobilismo.

Um grande abraço
Até a próxima.

Coluna publicada no caderno Auto & Cia do jornal O Liberal do dia 09/10/2011

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