26 setembro, 2011

O vicecampeonato é título, esse ano.



O domínio de Sebastian Vettel este ano é tão impressionante quanto o de Michael Schumacher nos anos de 2002 e 2004, quando conquistou os títulos com várias corridas de antecedência. A grande diferença é que agora em 2011 não existe uma superioridade tão grande da equipe e sim do piloto.
Nos anos que Schumacher foi campeão pela Ferrari, entre 2000 e 2004, por duas vezes o carro da equipe italiana era tão superior que Rubens Barrichello, seu então companheiro conquistou o vicecampeonato com antecipação. Uma marca impressionante, se formos comparar aos dias atuais, ainda mais se lembrarmos do final do ano passado, quando na última etapa 5 pilotos tinham condições matemáticas de chegar ao título.
Agora em 2011 a grande diferença é o fato de não ver o segundo carro da equipe, no caso, Mark Webber, sequer acompanhar o ritmo do alemão. A única coisa que Webber conseguiu foram 3 pole positions, justamente as 3 que Vettel não fez este ano, porém não transfomou em vitórias. Pelo contrário, não consegue sequer manter o segundo lugar no campeonato.
Digamos que o conjunto RBR-Vettel, está hoje em um degrau superior a todos os outros pilotos com seus respectivos carros. É provável que a Red Bull tenha construído o carro da atual temporada em volta das características de pilotagem do alemão, diferentemente do ano passado, que Webber conseguiu acompanhar e até bater seu companheiro por diversas vezes. Mas mesmo assim, Vettel ficou com o título da temporada na última etapa do campeonato.

O melhor da temporada

Mesmo com todo domínio do piloto da RBR, muitas pessoas acreditam que o melhor piloto da temporada 2011 tem sido Jenson Button. Com sua pilotagem clássica, sem agredir muito os pneus e altamente cerebral, o inglês campeão do mundo em 2009 vem fazendo um campeonato impecável, sendo agressivo nas horas certas e preciso sempre. Suas duas vitórias na temporada vieram em corridas com altas doses de estratégia e equilíbrio entre velocidade, consistência e economia dos pneus.
No Canadá sua vitória veio na última volta após 6 pit stops, 2 batidas, mais de 2 horas de interrupção por causa da chuva e muitas ultrapassagens. Teve competência de pressionar Vettel e fazê-lo errar nas últimas curvas do GP. Mesmo sem o erro do líder do campeonato, provavelmente Button venceria pois tinha muito mais ação e velocidade para ultrapassar nos metros finais.
Com tudo isso, acredito que Button, atualmente em terceiro no campeonato, será o vicecampeão. O que será uma verdadeira vitória, visto que o título já tem dono.

Fernando Alonso

O espanhol da Ferrari vem mostrando porque é considerado o melhor piloto do grid atual da F1. É impressionante o que Alonso vem fazendo mesmo com um carro nitidamente inferior à Red Bull e McLaren. Em uma situação normal, o máximo que poderia fazer é estar na 5ª posição do campeonato, mas atualmente é o vice líder. A vitória na Inglaterra mostrou que ele está na F1 para vencer e que vai aproveitar todas as oportunidades que seus adversários derem. Não a toa é bicampeão do mundo.

Michael Schumacher

No GP da Itália, vimos de volta a combatividade de Schumacher. Não sei se será assim daqui para a frente, mas parece que ele voltou a se divertir na F1. Andar na frente motivou o alemão a se defender dos ataques de Lewis Hamilton como há muito tempo não se via. Mesmo com um carro muito mais rápido, o inglês da McLaren não conseguia a ultrapassagem sobre Michael.
Isso se deve também ao motor Mercedes que equipa ambos os carros e à pouca carga aerodinâmica que a equipe Mercedes optou por usar no seu acerto para a corrida. Mesmo com KERS e Asa aberta, Lewis não conseguia ser veloz o suficiente para emparelhar e conseguir a ultrapassagem. Apenas depois de ser chamado atenção, Michael teve que facilitar a vida do piloto da McLaren. Situação que não foi necessária na ultrapassagem de Jenson Button.
Após a corrida, os comissários informaram que Schumacher deveria ser punido por sua defesa de posição de maneira agressiva e que não o puniram pois estavam ocupados vendo vídeos de outras situações da corrida.
Uma grande besteira.

Kart


Neste domingo será realizada a segunda etapa do Kart Club do Pará. O número de pilotos só faz crescer e hoje teremos 9 kartistas disputando a vitória no kartódromo Bené Maranhense, em Castanhal.
O líder do campeonato, Mauro Folha, tenta repetir a conquista da primeira etapa, mas Raul Melido e Pablo Coimbra estão mais motivados do que nunca para conseguirem suas primeiras vitórias no certame. Isso sem falar de Leonardo Kerber, que fará sua estreia em pistas paraenses, já que disputa o campeonato maranhense de kart em São Luis, Mauricio Vulcão, que tem treinado muito bem e está surpreendendo a todos nos treinamentos, Augusto Santin que é piloto das antigas e está investindo para voltar a vencer no esporte.
Teremos também a participação de Wilber Valente, que finalmente fará sua estreia na competição, após não participar da primeira etapa por problemas técnicos no seu equipamento, Wilber vai alinhar no grid com grandes chances de um bom resultado.
Outra presença confirmada é de Cristian Bomm, que adquiriu seu kart e irá fazer sua estreia no esporte.
A prova terá mais uma vez apoio da Prefeitura de Castanhal e da FEPAUTO, que irá dirigir e homologar a disputa.
Esperamos ver um bom público para prestigiar o evento que só tem a crescer com a chegada de cada vez mais pilotos.

Um Grande abraço
Até a próxima.

12 setembro, 2011

Acaba quando?




Sebastian Vettel caminha a passos largos para ser o mais jovem bicampeão da história da F1. E se continuar nesse ritmo pode ser também o mais novo tri, tetra...



Ao contrário da temporada 2010 que teve uma disputa pelo campeonato emocionante mas com corridas chatas, a temporada 2011 vem sendo um desfile de um piloto só mas com corridas eletrizantes, algumas vezes decididas apenas na última volta.
Vettel vem fazendo um campeonato praticamente perfeito. Sabe ser rápido nas horas certas e cuidar do equipamento quando precisa. Não a toa já venceu 7 de 12 corridas disputadas e fez 9 das 12 poles em 2011 (Contas feitas antes do GP da Itália). Claro que o equipamento faz muita diferença, a Red Bull tem hoje o carro mais rápido da categoria e é dona de todas as poles do ano. Quando Vettel não largou em primeiro, quem o fez foi seu companheiro de equipe, Mark Webber. Porém o australiano não conseguiu transformar as poles em vitória. Assim com Felipe Massa, são os únicos pilotos das 3 grandes que ainda não venceram este ano.



O domínio de Vettel é tão grande que já não precisa mais nem ir ao pódio para conquistar o seu bicampeonato. Precisa apenas ser 4º lugar nas 7 corridas restantes e ao final do GP do Brasil estará comemorando o segundo título da carreira, mesmo que Mark Webber, concorrente mais próximo, vença todas as etapas que faltam.
Mas nada leva a crer que algo acontecerá desta maneira. Certamente Vettel vencerá mais corridas até o fim do ano, sendo assim, seu trabalho ficará ainda mais fácil. Acredito que o título virá no GP do Japão, faltando 4 corridas para o fim da temporada. Se até lá, Seb, que hoje tem uma vantagem de 92 pontos, aumentar sua diferença em apenas 8 pontos, não poderá mais ser alcançado, já que terão apenas 100 pontos em jogo e ninguém mais poderá igualar seu número de vitórias no ano. E faltam apenas 3 corridas para isso.



Infelizmente o GP Brasil deste ano não verá uma disputa pelo título, apesar de ser a final do campeonato. Mas se Vettel for campeão no Japão será uma forma de os Deuses do automobilismo homenagearem este garoto que tem um enorme carisma e caminha a passos largos para ser um dos maiores da história.

Senna



Bruno Senna, em sua primeira participação como piloto oficial da Renault Lotus fez um grande trabalho que vem sendo elogiado até hoje pelos chefes da equipe. Largar de 7º lugar em Spa Francorchamps, com condições climáticas adversas chamou a atenção de todo o mundo da F1.
Infelizmente a largada da corrida mostrou que ele tem muito o que aprender. Saber como o carro se comporta com o tanque cheio, principalmente. Acabou com a corrida de Jaime Alguersuari logo na primeira curva e deu muita sorte de não ter acabado também com a sua, apesar de as chances de pontuar foram embora nos primeiros metros da corrida.



Agora que foi confirmado como piloto titular até o fim da temporada, Bruno tem que mostrar serviço nas corridas restantes e assim tentar uma vaga para a próxima temporada. Se Kubica voltar, o brasileiro dificilmente continuará na Renault, pois uma vaga é do polonês e a outra é de Vitaly Petrov que traz uma grande quantia de dinheiro para a equipe. A vida de Senna não é fácil, pois além da possibilidade da volta de Kubica, a Renault também já acenou com a possibilidade de trazer de volta o francês Romain Grosjean, que assumiu a vaga de Nelsinho Piquet após os escândalos de 2009. Na opinião da cúpula da equipe, Grosjean foi queimado pela falta de contato com um F1 e por ter como companheiro na época, ninguém menos que Fernando Alonso. Agora como campeão da GP2, está credenciado a uma vaga de titular na categoria.
Vamos torcer por Bruno, que agora está apoiado por empresas brasileiras, inclusive a petrolífera OGX, do empresário Eike Batista. É um exemplo a ser seguido por outras empresas nacionais.

Felipe Nasr


No fim de semana passado, o brasiliense Felipe Nasr se consagrou campeão da F3 Inglesa.
Na última coluna eu havia falado a respeito dele, que é a grande revelação brasileira na europa nos últimos anos.
Gostaria de retificar, pois falei que Felipe tem apoio da Red Bull por trás da carreira, o que não é verdade. Nasr teve o apoio quando corria na F-BMW, em 2009, e recusou assinar um contrato de carreira semelhante ao que levou Sebastian Vettel à F1 pois não teria atenção total da empresa. Ao assinar com Steve Robertson, que foi empresário de Kimi Raikkonen e Jenson Button, Nasr sabia que teria dedicação total do agente e que está focado em levar o piloto à F1 dentro de 3 anos.
Felipe conta com a expectativa de grande parte do público brasileiro. Tem tranquilidade e confiança necessárias para se tornar um grande nome do automobilismo mundial. O que falta agora é apoio de empresas brasileiras para não ser preterido em troca de um piloto com menos talento e mais dinheiro na hora da decisão de uma vaga na F1.

Kart



Com grande satisfação recebi na semana passada um e-mail do Mauricinho Alves, piloto de kart paraense “das antigas”, como chamamos.
Mauricinho, assim como muitos apaixonados pelo esporte, querem ajudar a refazer o kart no Pará e essa ajuda é importante pois precisamos de apoio empresarial e governamental para exportar talentos que sabemos que existem dentro do estado.
No e-mail, Mauricinho enviou uma crônica a respeito do que era o kart paraense e gostaria de compartilhar, pois diz muito do que sentíamos.
A crônica:

SAUDADES
Saudades de um passado maravilhoso, saudades dos sábados e domingos ensolarados e chuvosos, que cobriam o kartódromo Bené Maranhense, em Castanhal...
Saudades dos amigos e ao mesmo tempo rivais de pistas, Sylvio e Felipe Braga, Roberto e Robertinho Saraiva, Macaco Mamola, Altino, Carlinhos Silveira, Brucci, Augusto Santin, Mauro Folha, Oswaldo Ferreira e tantos outros...
Saudades do cheiro queimado dos pneus, do óleo, da gasolina e até mesmo do suor do macacão, da balaclava, das luvas, do capacete...
Saudades das retas que eram traçadas em altíssima velocidade, das curvas que eram contornadas literalmente nas pontas dos dedos, freadas quase em cima das zebras, que saudades...
Saudades do que o kart proporcionava, não era apenas um esporte, e sim a inclusão social, econômica e cultural, desenvolvida através de parcerias com empresários, patrocinadores e o público em geral que se aglomeravam para ver as máquinas em alta velocidade e os roncos únicos dos motores...
Saudades da minha família em especial, das idas e vindas com o meu pai ao kartódromo, das nossas conversas, das músicas que escutávamos quando percorríamos o translado necessário, do seu apoio em especial, do seu ombro amigo que por muitas vezes me debrucei para pedir ajuda, das orações da minha mãe para que tudo ocorresse bem...
Saudades do passado, que dizem por ai, não voltar mais... Será?
“Mauricinho Alves”


Um grande abraço
Até a próxima



Coluna publicada no caderno Auto & Cia do jornal O Liberal do dia 11/09/2011