12 setembro, 2011

Acaba quando?




Sebastian Vettel caminha a passos largos para ser o mais jovem bicampeão da história da F1. E se continuar nesse ritmo pode ser também o mais novo tri, tetra...



Ao contrário da temporada 2010 que teve uma disputa pelo campeonato emocionante mas com corridas chatas, a temporada 2011 vem sendo um desfile de um piloto só mas com corridas eletrizantes, algumas vezes decididas apenas na última volta.
Vettel vem fazendo um campeonato praticamente perfeito. Sabe ser rápido nas horas certas e cuidar do equipamento quando precisa. Não a toa já venceu 7 de 12 corridas disputadas e fez 9 das 12 poles em 2011 (Contas feitas antes do GP da Itália). Claro que o equipamento faz muita diferença, a Red Bull tem hoje o carro mais rápido da categoria e é dona de todas as poles do ano. Quando Vettel não largou em primeiro, quem o fez foi seu companheiro de equipe, Mark Webber. Porém o australiano não conseguiu transformar as poles em vitória. Assim com Felipe Massa, são os únicos pilotos das 3 grandes que ainda não venceram este ano.



O domínio de Vettel é tão grande que já não precisa mais nem ir ao pódio para conquistar o seu bicampeonato. Precisa apenas ser 4º lugar nas 7 corridas restantes e ao final do GP do Brasil estará comemorando o segundo título da carreira, mesmo que Mark Webber, concorrente mais próximo, vença todas as etapas que faltam.
Mas nada leva a crer que algo acontecerá desta maneira. Certamente Vettel vencerá mais corridas até o fim do ano, sendo assim, seu trabalho ficará ainda mais fácil. Acredito que o título virá no GP do Japão, faltando 4 corridas para o fim da temporada. Se até lá, Seb, que hoje tem uma vantagem de 92 pontos, aumentar sua diferença em apenas 8 pontos, não poderá mais ser alcançado, já que terão apenas 100 pontos em jogo e ninguém mais poderá igualar seu número de vitórias no ano. E faltam apenas 3 corridas para isso.



Infelizmente o GP Brasil deste ano não verá uma disputa pelo título, apesar de ser a final do campeonato. Mas se Vettel for campeão no Japão será uma forma de os Deuses do automobilismo homenagearem este garoto que tem um enorme carisma e caminha a passos largos para ser um dos maiores da história.

Senna



Bruno Senna, em sua primeira participação como piloto oficial da Renault Lotus fez um grande trabalho que vem sendo elogiado até hoje pelos chefes da equipe. Largar de 7º lugar em Spa Francorchamps, com condições climáticas adversas chamou a atenção de todo o mundo da F1.
Infelizmente a largada da corrida mostrou que ele tem muito o que aprender. Saber como o carro se comporta com o tanque cheio, principalmente. Acabou com a corrida de Jaime Alguersuari logo na primeira curva e deu muita sorte de não ter acabado também com a sua, apesar de as chances de pontuar foram embora nos primeiros metros da corrida.



Agora que foi confirmado como piloto titular até o fim da temporada, Bruno tem que mostrar serviço nas corridas restantes e assim tentar uma vaga para a próxima temporada. Se Kubica voltar, o brasileiro dificilmente continuará na Renault, pois uma vaga é do polonês e a outra é de Vitaly Petrov que traz uma grande quantia de dinheiro para a equipe. A vida de Senna não é fácil, pois além da possibilidade da volta de Kubica, a Renault também já acenou com a possibilidade de trazer de volta o francês Romain Grosjean, que assumiu a vaga de Nelsinho Piquet após os escândalos de 2009. Na opinião da cúpula da equipe, Grosjean foi queimado pela falta de contato com um F1 e por ter como companheiro na época, ninguém menos que Fernando Alonso. Agora como campeão da GP2, está credenciado a uma vaga de titular na categoria.
Vamos torcer por Bruno, que agora está apoiado por empresas brasileiras, inclusive a petrolífera OGX, do empresário Eike Batista. É um exemplo a ser seguido por outras empresas nacionais.

Felipe Nasr


No fim de semana passado, o brasiliense Felipe Nasr se consagrou campeão da F3 Inglesa.
Na última coluna eu havia falado a respeito dele, que é a grande revelação brasileira na europa nos últimos anos.
Gostaria de retificar, pois falei que Felipe tem apoio da Red Bull por trás da carreira, o que não é verdade. Nasr teve o apoio quando corria na F-BMW, em 2009, e recusou assinar um contrato de carreira semelhante ao que levou Sebastian Vettel à F1 pois não teria atenção total da empresa. Ao assinar com Steve Robertson, que foi empresário de Kimi Raikkonen e Jenson Button, Nasr sabia que teria dedicação total do agente e que está focado em levar o piloto à F1 dentro de 3 anos.
Felipe conta com a expectativa de grande parte do público brasileiro. Tem tranquilidade e confiança necessárias para se tornar um grande nome do automobilismo mundial. O que falta agora é apoio de empresas brasileiras para não ser preterido em troca de um piloto com menos talento e mais dinheiro na hora da decisão de uma vaga na F1.

Kart



Com grande satisfação recebi na semana passada um e-mail do Mauricinho Alves, piloto de kart paraense “das antigas”, como chamamos.
Mauricinho, assim como muitos apaixonados pelo esporte, querem ajudar a refazer o kart no Pará e essa ajuda é importante pois precisamos de apoio empresarial e governamental para exportar talentos que sabemos que existem dentro do estado.
No e-mail, Mauricinho enviou uma crônica a respeito do que era o kart paraense e gostaria de compartilhar, pois diz muito do que sentíamos.
A crônica:

SAUDADES
Saudades de um passado maravilhoso, saudades dos sábados e domingos ensolarados e chuvosos, que cobriam o kartódromo Bené Maranhense, em Castanhal...
Saudades dos amigos e ao mesmo tempo rivais de pistas, Sylvio e Felipe Braga, Roberto e Robertinho Saraiva, Macaco Mamola, Altino, Carlinhos Silveira, Brucci, Augusto Santin, Mauro Folha, Oswaldo Ferreira e tantos outros...
Saudades do cheiro queimado dos pneus, do óleo, da gasolina e até mesmo do suor do macacão, da balaclava, das luvas, do capacete...
Saudades das retas que eram traçadas em altíssima velocidade, das curvas que eram contornadas literalmente nas pontas dos dedos, freadas quase em cima das zebras, que saudades...
Saudades do que o kart proporcionava, não era apenas um esporte, e sim a inclusão social, econômica e cultural, desenvolvida através de parcerias com empresários, patrocinadores e o público em geral que se aglomeravam para ver as máquinas em alta velocidade e os roncos únicos dos motores...
Saudades da minha família em especial, das idas e vindas com o meu pai ao kartódromo, das nossas conversas, das músicas que escutávamos quando percorríamos o translado necessário, do seu apoio em especial, do seu ombro amigo que por muitas vezes me debrucei para pedir ajuda, das orações da minha mãe para que tudo ocorresse bem...
Saudades do passado, que dizem por ai, não voltar mais... Será?
“Mauricinho Alves”


Um grande abraço
Até a próxima



Coluna publicada no caderno Auto & Cia do jornal O Liberal do dia 11/09/2011

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